sábado, 6 de agosto de 2011

Doutor Joshua

  
  Um dia desses, ao passar pela calçada de seu bairro, José se deparou com um simpático senhor que recolhia alguns papéis jogados a esmo nas redondezas de sua residência.
   Esses papéis, na verdade não haviam sido jogados a esmo, e sim espalhados pelo vento.
   Para a surpresa de José, ele pode reconhecer em alguns desses papéis que o senhor recolhia cuidadosamente, a sua própria caligrafia, o que o levou rapidamente a concluir que haviam sido espalhados pelo vento a partir da lixeira em frente à sua casa.
   José planejou passar pelo senhor quieto e com cara de poucos amigos, para não correr o risco de ser chamado, mas não foi isso que aconteceu.
   O senhor o chamou educadamente:

    • Bom dia senhor! O Senhor é o José, que mora na casa 954?
    • Sim, sou eu (respondeu José a contragosto)
    • Ah, que bom poder ter a oportunidade de conversar contigo! Sabe, eu acho que houve um erro e o senhor se esqueceu de amarrar a boca dos sacos de lixo de sua casa, e o vento trouxe a partir de lá todos esses papéis para a frente de minha casa. Será que eu poderia contar com a sua gentileza de amarrar os sacos de lixo da próxima vez que os colocar em sua calçada?
    • Ah sim, murmurou José. Desculpe pelo mal jeito! Isso não vai mais voltar a acontecer.
    • Eu te agradeço, exclamou o senhor. Tenha um bom dia!
    • Igualmente!

   José seguiu rapidamente para casa, feliz por ter se livrado daquele senhor e de seu papo chato.
   No dia seguinte, ao colocar o lixo pra fora, José se lembrou da conversa do dia anterior, e notou que realmente estava mais uma vez deixando o saco de lixo com a boca aberta, mas percebeu que por estar o saco com alguma quantidade de gordura e líquidos provenientes do lixo, ele não tinha nenhuma vontade de dar um nó em sua boca, e realmente não o fez.
   À tarde, ao voltar do trabalho, viu de longe que mais uma vez estava o senhor recolhendo a sujeira causada por sua displicência ao se livrar do lixo.
   Resolveu ficar olhando de longe até que o senhor acabasse de recolher aquilo tudo e entrasse em casa, para só depois poder ir embora, e assim o fez.
   Essa situação prosseguiu dia após dia. A dispilcência de José com o que o senhor o havia pedido e o resultado daquilo, sempre levando o senhor a ter que apanhar o lixo que não o pertencia.
   Até que um dia, o distraído José, ao voltar para casa, se esqueceu de olhar para saber se o senhor estava a catar o seu lixo, e quando deu por si, já estava a poucos metros dele.
   Nesse momento, em uma manobra evasiva, José pulou no canteiro central da avenida e atravessou para o outro lado, sem se dar conta de que vinha apressadamente um veículo ao seu encontro....

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     Doutor Joshua, doutor Joshua, compareça urgentemente à sala de cirurgia...
                     (dizia a emfermeira no alto falante do hospital).

   O paciente estava realmente em um estado lastimável!
   O caminhão o atingira em cheio, e boa parte de seus ossos estavam quebrados, e somado a isso, eram necessárias várias intervenções cirúrgicas para que alguns de seus órgãos pudessem reestabelecer o funcionamento normal.
   Mas o Doutor era hábil e experiente, e em poucas semanas o antes apressado pedestre, mas agora paciente José, estava consciente e quase pronto para outra, como se costuma dizer por aí.

   Na primeira vez que abriu os olhos, após o acidente, José se lembrou imediatamente o porquê de estar ali, e também o quanto tivera sido estúpido ao se envolver em algo tão grave por pura displicência de sua parte!
   O doutor veio visitá-lo, conversou longamente com ele e o tranquilizou quanto à sua recuperação.
   Disse que logo estaria pronto a voltar à sua vida normal, mas que por pouco não o perdera.
   Mais tarde, um grupo de enfermeiras contaria a José que o doutor fez por ele muito mais do que dissera, por que o seu quadro era gravíssimo, e esse excelente doutor verdadeiramente o tirara dos braços da morte, e o trouxera novamente à vida.
   José sentiu-se verdadeiramente agradecido, e queria encontrar o seu salvador pessoalmente para agradecê-lo, mas soube que não seria possível, já que aquele abnegado médico, se aposentara pouco depois de sua última visita a José.

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   Voltando para casa, após receber a alta, José passou novamente pela mesma rua de sempre.
   Lá estava o canteiro central, que ele atravessou correndo, fugindo de suas responsabilidades.
   Lá estava a avenida, do outro lado, com seu trânsito frenético, e caminhões à toda velocidade.
   Mais à frente, também estava o senhor, agora a varrer pacientemente a sua calçada, sem os papéis daquele dia do acidente, já que José estivera internado, e portanto o vento não tinha mais papéis a espalhar.
  José resolveu ir falar como o Senhor e se desculpar com ele, afinal, percebera que o mal que fizera ao senhor, havia de uma forma ou de outra voltado para ele próprio.
   Mas, eis que ao se aproximar do senhor, reconheceu imediatamente aquele rosto, no qual antes mal olhava.
   Sim, era o Doutor Joshua, o mesmo que lhe salvara a vida!!!
   Uma sensação de vergonha, percorreu seu corpo e seu rosto se tornou vermelho como o escarlate.
   Mas dessa vez, não teria como fugir, pois o sorriso do Sr. Joshua já o recebia de longe!

    • Olá José! Fico muito feliz por você já estar reestabelecido!
    • Sim Doutor! Tudo por causa de sua habilidade! Muito obrigado! Eu realmente não sei como posso te pagar por ter me devolvido à vida!
    • Ah, (sorriu o doutor), tudo o que eu fiz fazia parte de minha obrigação como médico. Eu fiz por você o que faria por todos os que viessem a mim. Não te cobro nada, fiz por que você realmente precisava. Porém se você puder apenas amarrar as sacolas de lixo daqui por diante, ficarei muito feliz com você!
      Depois desse diálogo nunca mais aquela rua esteve suja de papéis provenientes do lixo de José.


      MAS A HISTÓRIA NÃO ACABA AQUI....

      José é um nome comum, usei para personificar um homem comum.
      Porém, Joshua é JESUS em inglês. 

      Essa história é sobre a salvação de um homem, que por culpa de seu lixo (seu pecado) quase morreu, mas a partir de seu encontro pessoal com Jesus, mesmo após ter fugido dele anteriormente, recebeu a vida gratuitamente, e passou a obedecê-lo, e a fazer o que era certo, não para ser salvo já que não são as obras que nos salvam, e sim por que JÁ HAVIA SIDO SALVO por Jesus.

      **1
      Uma pessoa que realmente creu em Jesus como Salvador recebeu uma nova vida que veio de Deus (nasceu de novo), portanto agora seu corpo é o templo do Espírito Santo que habita nessa pessoa. Ela já não pertence a si mesma, mas ao Senhor que morreu para salvá-la. Será que você é essa pessoa?

      Se for, vai saber o quanto o Senhor sofreu para pagar por seus pecados, e vai saber que a partir do momento em que você se tornou uma ovelha dEle, ninguém mais poderá arrebatar você das mãos do Pai, nem mesmo você, o pecado ou o diabo. O poder que salvou você é maior do que qualquer poder que você, o pecado ou o diabo tenham. Ao se tornar um membro do corpo de Cristo passou a fazer parte dele
      como seu braço ou perna fazem parte de seu corpo. Você não deixaria alguém arrancá-lo, não é mesmo?

      Ao reconhecer tudo o que o Senhor fez por você,
      seu coração se encherá de tamanha gratidão que a pior coisa do mundo para você será desagradar aquele que morreu em seu lugar. Portanto nem iria passar pela sua cabeça que agora você está livre para fazer o que bem entender, porque se achar assim certamente ainda não entendeu o que Cristo fez por você e está achando que sua salvação depende de seus méritos.

      A coisa funciona assim: imagine um médico que salvou sua vida e não cobrou nada por isso. Você pensaria em se aproveitar dele, de sua generosidade? De jeito nenhum. Se você realmente entendeu da situação crítica que ele tirou você ficaria eternamente grato e faria
      qualquer coisa que ele lhe pedisse. (Até mesmo conter o seu pecado – amarrando o saco de lixo - e não mais praticá-lo, espalhando-o por aí).

      Fiquem na paz!
      Jadilson.

      **1- Trecho retirado do site: http://www.respondi.com.br