quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Inflação... Que bicho é esse?

(fonte a imagem: http://grafar.blogspot.com/2008/07/charge-kayser_09.html)
 

  Para mostrar que eu também sei falar sobre coisas úteis, vamos mudar um pouco o já nada usual "menu" de assuntos do blog, e falar um pouco sobre economia, mas sem muito "economês", pelo menos sem o economês desnecessário e rebuscado... Não vamos falar sobre a  "economia de mercado" e sim da "economia do mercado" (daquele em que compramos nossas frutas e conversamos sobre economia bem no nível popular);
  Sem mais enrolação, vamos ao assunto: "Inflação"...
  
  Para todos aqueles pouco afeitos à análises econômicas e assuntos ligados à economia, e também para aqueles que nasceram depois do ano de 1994 e portanto não viveram o período de hiperinflação brasileira, o conceito de inflação soa meio irreal e pouco inteligível... Então vamos dissecar o conceito, por que agora que o assunto ganhou as ruas, isso significa que não está mais circunscrito aos economistas, agentes de mercado e investidores, que costumeiramente lidam com o "monstro".
   Pois bem, sendo bem básico, podemos dizer que a Inflação é aquele fator econômico que degrada a capacidade financeira de compra dos consumidores. Significa que o seu dinheiro perde o valor ao longo de um período de tempo, e que aquilo que você comprava a, digamos, um mês com R$ 10,00 reais, por exemplo, você não conseguirá mais adquirir com o mesmo valor, e terá que desembolsar um pouco mais (apenas como exemplo, digamos que precisará de R$ 10,50 para a compra do mesmo produto).
  Poderiam me perguntar: E por que se preocupar com um aumento tão pequeno, como R$: 0,50 em um produto? 
  A resposta é que esse aumento, nunca se reflete em apenas um produto, e sim em TODOS os produtos de forma generalizada de forma percentual, e que, se a inflação se consolida e ganha força, tudo fica mais caro, em períodos de tempos cada vez menores. No caso do Brasil, da era anterior ao Real, dominado pela hiperinflação, havia produtos que sofriam remarcações de preços diárias, o que obrigava às famílias a mal receber o salário e correr para fazer as suas compras, pois o poder de seu dinheiro era corroído muito antes da chegada do fim do mês... É meus amigos o negócio era tenso, em toda a extensão da palavra!

 (fonte da imagem: http://fontanablog.blogspot.com/2008_07_01_archive.html)

   E como podemos acompanhar essa tal de inflação e saber como ela poderá nos afetar e qual é o grau de seu crescimento?
  Bem, há diversos índices inflacionários, tais como o IPCA, IPCA15, IGPM, IPC, INPC e etc.
  Os mais afoitos pensariam: Ah bom, primeiro o cara fala que não vai tratar de economês e agora começa com essas siglas... acabou comigo...
   Calma lá!! Todos esses índices são feitos "ao gosto do freguês", e cada um reflete a realidade de um tipo específico de setor financeiro. Para o nosso caso, consumidores comuns, o melhor a ser acompanhado é o IPCA, mas na realidade, ele não reflete EXATAMENTE a SUA inflação pessoal, já que a cesta de produtos que ele avalia mensalmente pode ser BEM diferente da sua. Eu por exemplo tenho aversão a manga, maxixe, giló, feijão vermelho, e muitos outros produtos. Suponhamos que na cesta de produtos medidos pelo IPCA constem todos estes e ainda mais alguns itens que eu jamais compre. Fica fácil concluir que esse índice não serve pra mim. Então, o índice ideal em meu caso seria o IPCMT (índice de preços ao consumidor Mr.Torres) que seria focado nos produtos que EU consumo... Então eu teria que elaborar a minha própria lista de consumo mensal costumeira, e todo mês fazer a pesquisa para identificar se "A MINHA INFLAÇÃO" está mais alta ou mais baixa em pontos percentuais. Agora eu te pergunto : Você faria isso?  Claro que não!! Nem eu! Então nós, por comodidade seguimos algum índice oficial e consideramos aquele índice como sendo "a nossa inflação", que é pesquisada por terceiros e disponibilizada por sites como o PORTAL BRASIL, e pronto. 


(fonte da imagem:http://economiaclara.wordpress.com/2010/05/31/economiafacil/)

   Apenas como informação, extraí do estadão uma notícia sobre as projeções do IPCA para 20011 e 2012, conforme se lê no link abaixo, que também dá acesso à notícia completa.


   Pois bem "Senhor Torres", o senhor falou, falou, falou e não deixou claro COMO EXATAMENTE ESSE TAL DE INFLAÇÃO PODE AFETAR A MINHA VIDA COTIDIANA... 
   E não falei mesmo!!
   Isso por que esse é um assunto para o próximo post, já que neste eu tinha por escopo dar apenas uma breve explanação beeeeem básica a respeito desse bicho chamado inflação, e portanto escrevi apenas o que fosse atinente ao básico do básico.
  No próximo post, vou tentar traduzir o assunto para o nosso dia, a dia, assim como fiz aqui, de forma que até quem não é muito afeito à economia possa ter um bom entendimento.
   Pretendo falar da influência da inflação na caderneta de poupança, na taxa de Juros (a famosa Selic) nos preços dos bens de consumo, nos empréstimos financeiros, nas prestações de bens de consumo, nas taxas de cartões e em outras, inflação de demanda, inflação de custos, inflação inercial, inflação estrutural e outros conceitos inflacionários que nem nos damos conta, mas que prejudicam o nosso dia-a-dia...


Em tempo: Não sou economista. Sou formado em Administração de Empresas (portanto estudei economia, contabilidade e matemática financeira). Isso por si só não garante nada, mas como eu sou um entusiasta da economia e acompanho MESMO o assunto, estou me atrevendo a escrever a respeito.

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